Brincadeira de criança
- rodapeworkfemale
- 3 de dez. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de dez. de 2020
O poder da inclusão por meio da prática esportiva
João, 12 anos, hora da aula de educação física, primeira atividade do dia escolher as pessoas para a formação da equipe de futebol, como de costume João foi o último a integrar um dos dois times, a rejeição e a exclusão foram novamente sentidas.Esse exemplo constitui uma situação vivida nas escolas cotidianamente, com aparência simples, contudo com conseqüências psicológicas e físicas. Segundo a psicóloga Janaina Ramos, a adolescência é a fase em que o indivíduo começa a construir vínculos mais sólidos de amizade e socializar, e quando o adolescente é rejeitado e o educador físico enfatiza o potencial esportivo de apenas um aluno, sem reconhecer os outros, essa ação pode resultar em problemas no seu desenvolvimento até a fase adulta, tanto no âmbito intelectual quanto no físico.

Imagem via BBC News, 2015.
O sentimento de rejeição pode resultar na inferiorização do “eu” do adolescente, como ele necessita pertencer a um grupo para formar a identidade pessoal, essa baixa auto-estima acarreta uma maior exclusão social, por ele não ser auto-suficiente para tomar decisões e se impor.Nesse cenário, a ansiedade esbarra com a vida do jovem de forma a levá-lo a possíveis transtornos como a compulsão alimentar, que é o vício em comer descontroladamente, mesmo sem fome, o qual fornece uma sensação de fuga da realidade.

Assim, a compulsão alimentar é uma das causadoras da obesidade, já que o consumo excessivo de comidas com grande teor calóricoaumenta o IMC da pessoa, e quando ele atinge 30 kg por m² o indivíduo está com obesidade.
Fonte: Biosom
Além de afetar a saúde, a obesidade colabora para a solidão, os obesos, na maioria das vezes, são ridicularizados e excluídos socialmente. A pesquisa realizada na Alemanha, pelo Instituto Forsaem 2016, aponta que 71% dos entrevistados consideram a obesidade um aspecto antiestético, e dentre eles 15% evitam contato com indivíduos obesos.Cotidianamente, a exclusão social agrava o quadro de obesidade, já que o nível de stress é elevado e provoca mudanças no comportamento alimentar, consequentemente o aumento de peso. Outras doenças que podem ser originadas pelo excesso de peso são as diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e até câncer.
A reeducação alimentar não precisa ser algo com muitas complicações, de acordo com a nutricionista Ana Cristina Bolentine “É possível ter uma alimentação saudável gastando pouco, basta basear sua alimentação em alimentos sazonais e regionais que tenham o menor custo e melhor valor nutricional”. Alimentos como o arroz, feijão, frutas, verduras, legumes, leite, ovos e carnes, são capazes de proporcionar uma vida saudável, basta alterar também o modo de preparo.
Como a compulsão alimentar também pode ser a origem da obesidade, a busca de uma solução se torna preciso, a nutricionista Ana Cristina Bolentineafirma que o tratamento desse distúrbio alimentar é realizado por equipes multiprofissionais, condicionando maior eficácia nos resultados.
A integração nas escolas
A prática esportiva nas escolas tem o poder de transformar vidas e potencializar o aprendizado. Segundo pesquisa vinculada no jornal Estadão, em 2017, “participar de jogos, competições ou apenas treinar com objetivos claros, e ter a força de vontade para superar obstáculos ou frustrações pode ajudar, e muito, a aumentar a capacidade cognitiva e a possibilidade de aprender”. Nesse contexto, o educador físico possui o principal papel de incentivar a coletividade, como aborda o professor de educação física Fellipe Santos em situações de exclusão o melhor a se fazer é parar a atividade, redirecionar a formação do time e promover de maneira igualitária outra equipe.
Além disso, outra prática que promove a integração nas escolas são os jogos internos. De acordo com o educador físico Fellipe, se eles não forem estruturados com a ideia de interclasse, mas sim reunindo toda a escola, o objetivo de pensar na coletividade e no bem-estar de todos é atingido. A mudança de estratégia na hora da aula de educação física por meio do redimensionamento das formas de tratamento em disputas esportivas sem enaltecer uns alunos em detrimento de outros, para que o adolescente não tenha o sentimento de exclusão ou discriminação.
Reportagem
Por: Andreina Gonçalves
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