top of page

A mulher que não podia se amar

  • Foto do escritor: rodapeworkfemale
    rodapeworkfemale
  • 7 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

A mulher podia passar o dia curtindo e comentando posts de aceitação, compartilhando a ideia de amor próprio, Ela podia passar tardes lendo matérias de amor próprio, mas ela não conseguia se olhar no espelho.

Ela podia dar sorrisos, tentar conviver por meio, talvez do sarcasmo, como forma de proteção, podia elogiar pessoas, ajudá-las. Podia, também, ter empatia, servir de ombro amigo, ter amigos, amá-los. Mas, não conseguia se amar.

Ela podia chorar mares e oceanos. Todos os dias, ela conseguia. Podia, também, ficar noites em claros, com um turbilhão de pensamentos sobre si própria, insuficiente, tão cheia de pessoas. Mas, ela conseguia ser tão vazia. Ela não conseguia se amar.

Ela podia tentar se olhar, olhar a si própria, mas nunca com a luz acesa. Ela podia arrumar o cabelo, se maquiar, se exercitar. Mas, com tudo isso, ela ainda não conseguia. Ela não conseguia se amar. Ela se esforçava, lutava, mas era incapaz de se amar.

Ela podia conversar, tentar compartilhar a dor que fechava a garganta, que deixava a respiração falha e consumia o peito. Ela podia se abrir, com tantos amigos, tantas pessoas, mas preferia se fechar, se esconder, era mestre nisso. Ela não conseguia se amar.

Ela podia tentar mais, buscar ajuda e fez. Numa terça-feira, chuvosa, ela foi. Encontrou a pessoa que poderia ajudá-la. Conversou, contou sobre segredos e tristezas, mais tristezas. Então, pela primeira vez, ela viu que podia tentar. Tentar e conseguir se amar.

Ela agora pode dançar, sorrir, conversar, ser ela. Ela tenta se amar cada dia mais, o processo está lento. Mas agora ela acredita. Ela acredita que pode se amar. Ela vai conseguir se amar.


Fonte: Pinterest



Crônica

Por Andreina Gonçalves

 
 
 

Comments


  • twitter
  • instagram

©2020 por Rodapé Work Female. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page